A religião é em dos pontos forte que o grupo social possui para servir de referencial e modelo que molda o comportamento e as atitudes de seu povo, independente das crenças nas divindades, percebemos que elas influenciam diretamente ou indiretamente na formação humana e intelectual do ser humano influi também na formação ética e moral.
Não seria diferente em Forquilha dos Batista, região católica de costumes cristãos onde a obediência as leis da Igreja se tornavam indispensável para torna-se um bom cristão e automaticamente um bom cidadão, ainda é comum encontramos pessoas que solicitam de seus pais e familiares a bênção, assim como encontrar quadros e imagens sacras nas residências dos moradores onde as devoções particulares de maior destaque são ao Coração de Jesus e Coração de Maria, praticamente todas as casas possuem uma relíquia dos referidos santos. As devoções secundárias se perdem na universalidade do calendário católico. Já as devoções públicas surgem a partir da necessidade de rever sua espiritualidade e socializá-la de forma comunitária já que conforme os ensinamentos de Jesus Cristo ¨onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome Eu estarei no meio deles¨. Segundo os relatos registrado através da oralidade dos moradores, uma das primeiras devoções públicas foi a São Jose, ocorreu entre 1900 a 1905, inicialmente surgindo como devoção particular, na residência de Jose Batista e Santana Pereira, realizada sempre no mês de março com festejos e muito louvor, com a expansão dessa devoção através do repasse cultural, a mesma se tornou pública, com a construção igreja em Setembro de 1979, essa tradição foi transferida para o referido prédio recebendo da comunidade o título de padroeiro da Igreja de Forquilha dos Batista[1].
Uma segunda tradição bastante relevante é a São Sebastião, celebrado no mês de Janeiro com festa no dia 20, antes da construção da igreja era celebrada na residência do casal Juvêncio Batista e Alice Lourenço. Uma terceira tradição é ao Coração de Jesus, celebrado no mês de Junho, antes da construção da igreja era celebrado na residência do casal Jose Ferreira da Silva e Leopoldina Pereira de Brito. Uma quarta tradição é a Nossa Senhora de Fátima durante o mês de Maio, as novenas eram celebradas nas casas dos moradores até que no ano 2000 como símbolo das missões populares foi construída uma gruta a Nossa Senhora de Fátima em um terreno cedido por Francisco Filho Bezerra e Maria Angelina das Mercedes, onde já se realizava a tradicional coroação de Nossa Senhora de Fátima no dia 31 de maio, após a construção da gruta o novenário e coroação passou a ser realizado nesse local. Uma quinta tradição é a São Francisco no mês de outubro, antes da construção da igreja era celebrado na casa de Francisco Gabriel e Maria Batista de Oliveira.
As celebrações dominicais da ¨hora do Senhor¨ teve inicio na década de 1970 quando a localidade passou a ser uma comunidade eclesial de base – CEBs, tendo uma equipe liderada por varias pessoas entre elas destacamos Joaquim Pereira de Brito, Aurenir Maria Bezerra, Francisco Gabriel, Antonio Cruz da Mata e Antonio Batista da Silva. Essas pessoas introduziram o sentimento de comunidade e participação a um povo que viva trancado no seu individualismo, alem da religião a organização comunitária também foi outro ponto forte com a fundação da Associação Comunitária e os inúmeros benefícios que chegou através dessa organização até os dias atuais conforme já mencionamos anteriormente. No inicio de Julho de 1978 iniciou-se a construção da igreja de São Jose, essa construção foi fruto da organização da comunidade e de doações adquiridas na circunvizinhança, conseguiram erguer o prédio que em Julho de 1978 e inaugurado com a celebração de uma missa pelo pároco Padre Jose Alves de Macedo em Setembro de 1979.
[1] Esses dados não possuem registro histórico, para isso foi necessário uma reunião com os principais anciões da comunidade em 27/10/2009 onde consta o registro em ata na Escola Juvêncio Batista da Silva para que ficasse definido através da oralidade os pontos informados nessa pesquisa, os pontos discordantes e de procedência duvidosa foram descartados pelos pesquisadores. Nesse caso essa passa a ser a versão oficial sobre as tradições religiosas particulares e públicas de Forquilha dos Batista.
Luziano Batista Pereira
Educador icoense
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