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"Educar é crescer. E crescer é viver. Educação é, assim, vida no sentido mais autêntico da palavra". (Anísio Teixeira)


sábado, 29 de setembro de 2012

Índice de desigualdade no Ceará em 2011 é o menor dos últimos 30 anos


A desigualdade de renda no Ceará, em 2011, atingiu o valor de 0,5397 do Índice Geni, resultado mais baixo alcançado tanto nos últimos dez anos (2001 a 2011), como nos últimos 30 anos. A mensuração da desigualdade de renda é realizada com o cálculo de alguns indicadores, dos quais se destaca o Índice de Gini, cujo valor se limita no intervalo entre zero – que corresponde a total igualdade - e um (1), que representa a completa desigualdade.

A constatação está no Enfoque Econômico nº 48 (setembro) – Desigualdade de Renda no Ceará Atinge Nível Mais Baixo das Últimas Décadas, que acaba de ser divulgado pelo Instituto de Pesquisa e Estratégica Econômica do Ceará (Ipece), órgão vinculado à Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag) do Governo do Estado. Os dados  para o cálculo do Índice de Gini do Ceará foram obtidos a partir das últimas edições da Pesquisa por Amostra de Domicílios ( PNAD), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Nas últimas duas décadas do século XX, a desigualdade de renda no Ceará mensurada pelo índice de Gini ficou em valores quase sempre maiores que 0,6. Ao longo da década de 80, o índice mostrou valores entre 0,59 (em 1981) e 0,65 e 0,66 (entre 1988 e 1989). Durante os anos de 1990, em nenhum momento o índice ficou abaixo de 0,61. Na década de 2000 o índice de Gini mostra uma redução histórica da desigualdade de rendimentos.

De acordo com o professor Flávio Ataliba, diretor Geral do Ipece, no Ceará a desigualdade de renda apresentou uma forte queda de 0,61 em 2001 para 0,567 em 2003; e entre 2005 e 2006, quando caiu de 0,58 para 0,548. Desde então vem mantendo uma tendência de queda mais lenta. Mesmo com a desaceleração na redução na desigualdade de renda nos últimos cinco anos, o Índice de Gini calculado para o Ceará atingiu, em 2011, o valor de 0,539, o menor da série histórica.

DÉCADAS
Após duas décadas (anos 80 e 90) em que os indicadores de desigualdade de renda apontavam a grande discrepância da distribuição de riquezas no país, a década de 2000, de acordo com o professor Flávio Ataliba, apresentou uma nova trajetória com a redução das disparidades de rendimentos. No estado do Ceará, que já foi reconhecido como um dos mais desiguais, a distribuição da renda apresentou uma melhora significativa na última década.

Ele observa a desigualdade tem um impacto direto sobre o bem-estar social de uma população, uma vez que as sociedades têm preferência por equidade considerando-a como um traço de justiça social. Um nível de desigualdade muito elevado impõe uma série de custos sociais e econômicos à atividade produtiva e à sociedade.

Para Vitor Hugo Miro, que coordenou a elaboração do estudo, a composição da renda das famílias cearenses não sofreu tantas alterações entre 2001 e 2010.  Os rendimentos do trabalho diminuíram a sua participação em 1 por cento nos 10 anos considerados, em detrimento do ganho em mesma proporção dos outros rendimentos. Essa elevada participação dos rendimentos do trabalho é um ponto chave para a compreensão da dinâmica da redução da desigualdade.

Mas se  a composição não mudou muito a ponto de provocar grandes mudanças no Índice de Gini – explica Vitor Hugo -, a concentração dos rendimentos que compõem a renda avançou significativamente. É possível observar que a medida de concentração dos rendimentos do trabalho e de outras fontes diminuiu ao longo da década de 2000. O trabalho completo pode ser acessado no www.ipece.ce.gov.br.

Fonte: Assessoria de Imprensa do Ipece - 28.09.2012
Pádua Martins - 85 3101.3508
padua.martins@ipece.ce.gov.br Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Audiência Sindicato APEOC e SEDUC em 27/09/2012


audiencia apeoc seduc 27092012Ocorreu dia 27/09/2012 (quinta), no período da tarde, no Gabinete da Secretaria de Educação do Estado do Ceará, audiência entre o Sindicato APEOC e SEDUC.

Pelo Sindicato APEOC, participaram o Presidente, Prof. Anizio Melo; o Vice-Presidente, Prof. Reginaldo Pinheiro; o Secretário para Assuntos Jurídicos, Prof. Sérgio Bezerra, a Secretária de Finanças, Profa. Penha Alencar e a Equipe Técnica do Sindicato composta pelos Profs. André Pinheiro, Helano Maia e Getúlio Marcos.  Pela SEDUC participaram o Secretário Adjunto, Maurício Holanda; o Secretário Executivo, Idilvan Alencar, a Coordenadora de Gestão de Pessoas, Marta Emília, e equipe de apoio do Gabinete.

Esta audiência também foi acompanhada por membros do Conselho Estadual do FUNDEB, através da presença dos Srs. Geraldo Magela e  Irineu de Carvalho (Assessor), e pelo Ministério Público Estadual (Promotoria da Educação), através do Dr. Francisco Elnatan Carlos de Oliveira, que foram convidados a participar desta audiência em razão do papel institucional de cada órgão e por terem participado da finalização do processo de negociação durante a campanha salarial de 2011.

Reafirmando que as negociações, que agora se efetivam, tem como parâmetro a ata da última rodada de negociação, que foi submetida à Assembleia Geral da Categoria no Ginásio Paulo Sarasate, foi decidido pelos presentes a leitura dos termos acordados naquela ocasião, em face da presença dos representantes do Conselho do FUNDEB e do Ministério Público. Para ver as  reivindicações e a resposta da SEDUC clique aqui.


Fonte: Site da APEOC - 28/03/2012

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Leituras da Escravidão


Em entrevista exclusiva ao Café História, Manolo Florentino, especialista em escravidão no Brasil, fala sobre a complexidade e a riqueza de interpretações que o tema oferece ao historiador

CAFÉ HISTÓRIA: Professor, o senhor cursou a graduação, o mestrado e o doutorado em um momento em que boa parte da intelectualidade, dos políticos e das pessoas em geral buscava repensar a experiência histórica brasileira (1977-1991). Escolher a escravidão como tema de especialização tem a ver com esse momento?

MANOLO FLORENTINO: Escolher graduar-me em História, sim, foi uma opção que certamente guardou alguma relação com a conjuntura política brasileira dos anos de chumbo. Naquela época, mais do que hoje, muitos dos jovens que elegiam estudar História ou outras ciências sociais faziam-no com a ingênua pretensão de adquirir instrumentos para melhor compreender o mundo – em particular o nosso país – e atuar. Eram tempos de maior engajamento, de maior “politização”, com enorme peso acadêmico das diversas vertentes do marxismo. Estava-se contra ou a favor e pronto, não precisava justificar. O ambiente era tão polarizado que, certa vez, reagindo de modo evidentemente pueril às noções de representação social dos então novos pós-modernistas, um de nossos mais famosos marxistas foi visto nos corredores de sua universidade dando socos na parede a gritar – “o real existe!, o real existe!”.
Mas se estudar história de algum modo resultou do clima cultural e político da época, eleger o escravismo como campo de especialização foi algo absolutamente fortuito. Me explico. No início dos anos 80 tive a chance de fazer mestrado no Colégio do México (Colmex), uma instituição de grande prestígio no âmbito acadêmico latino-americano. Recém-graduado, eu andava doido para sair do Brasil, não importando muito para onde nem para estudar o quê. Por então a Unesco buscava criar uma pós-graduação em Estudos Africanos em algum país da América Latina e o lugar óbvio deveria ser o Brasil. Creio que questões políticas levaram o projeto para o Colégio do México, e eu fui junto. Comecei a estudar a história social do tráfico atlântico de escravos de um ponto de vista africano, suas consequências econômicas, sociais etc. Anos depois, ao regressar ao Brasil, me dei conta de que a única maneira de utilizar o conhecimento acumulado em África era embrenhar-me pela escravidão brasileira. Em suma, adentrei a escravidão pela porta da África, uma África distante da cálida Mãe Preta que os mitos de origem insistiam em veicular, da qual os anos de estudo no exterior me ajudaram a esconjurar.

CAFÉ HISTÓRIA: Por muitos anos, o escravo apareceu em trabalhos de história apenas como uma peça no sistema colonial, alguém que se sujeitava a uma força muito maior que ele. Hoje, no entanto, sabemos que a realidade era bem diferente. O escravo fazia parte de uma rede bastante ampla, onde havia algum espaço para negociações. Mas o que exatamente isso quer dizer? A escravidão deve ser compreendida para além da violência e da coerção?

MANOLO FLORENTINO: Creio que a escravidão nos espanta porque atenta contra uma conquista muito recente da humanidade: os direitos do indivíduo. Talvez por isto uma parte de nossa historiografia opere em um registro abolicionista, como se ainda fosse necessário inventariar os horrores da escravidão para denunciá-los. Com isso se perde aquilo que, em minha opinião, representa um de seus aspectos mais intrigantes, que é o fato do escravismo se constituir uma ordem cultural extremamente estável e rica. Se lermos com atenção a Gilberto Freyre, observaremos que ser este um dos sentidos de sua observação segundo a qual a África civilizou o Brasil.
É claro que para a estabilidade do cativeiro colaboraram a violência e a coerção. Entretanto, a escravidão não era apenas uma relação de trabalho, mas também e principalmente uma relação de poder. Isso significa que sua reprodução se sustentava em grande medida na esfera política. Daí parecer-me tão importante aprofundar o estudo de instituições como a família escrava (um fator de ordem antropológica) e a incessante busca por parte dos escravos em obter algum controle sobre seu tempo de trabalho. Sobretudo em países como o Brasil, estratégias que levavam à formação de famílias e à adoção do trabalho por tarefas foram fundamentais para a acumulação de pecúlio e a obtenção da alforria. Aliás, observe-se que não temos ainda uma noção mais clara do peso demográfico das manumissões em nossa história, razão pela qual não sabemos se a população escravizada e liberta conhecia ou não índices positivos de reprodução natural, como ocorria em algumas áreas do sul dos Estados Unidos e em Barbados. Parece que isto também acontecia em Minas Gerais e no Espírito Santo. De todo modo, quanto mais descobrirmos regiões onde a população escrava e liberta obtinha saldos positivos de reprodução natural, mais nos afastaremos da demografia plantacionista devoradora de homens inventada por Joaquim Nabuco.

CAFÉ HISTÓRIA: A mobilidade social parece ser um dos temas mais interessantes e desafiadores para os historiadores que se debruçam sobre ao tema da escravidão no Brasil. A miscigenação foi a principal estratégia de mobilidade ou podemos citar outras?

MANOLO FLORENTINO: Eu diria que a miscigenação racial, um dos traços característicos do Brasil escravista, somente pode ser decifrada por meio da mobilidade social. Sabemos terem sido altas as taxas anuais de alforrias, sobretudo nas cidades, com amplo predomínio de manumissões de mulheres escravizadas. Semelhante perfil pode ter várias razões, mas para mim uma das principais era a clareza por parte dos escravos de que os filhos herdavam o estatuto jurídico das mães. Ora, uma vez na civitas, com quem se encontrava essa imensa quantidade de mulheres que ascendiam socialmente por meio das alforrias? Com seus maridos escravizados, que ajudavam a libertar, com alforriados com os quais se casavam, e com homens brancos pobres provenientes de norte de Portugal e das ilhas atlânticas, cujo número superava o de mulheres portuguesas em uma proporção que não raro alcançava 9 por 1. O que nossos historiadores demógrafos têm demonstrado é que se tratava de homens desvalidos cuja ilusão de enriquecer (“fazer o Brasil”) e regressar a Portugal se esvaía em poucos anos. Acabavam, pois, por se estabelecer definitivamente na colônia e exercitavam um critério de escolha matrimonial que dista um pouco do que Gilberto Freyre chamava de “plasticidade” sexual do homem lusitano: primeiro buscavam casar com as poucas portuguesas existentes, depois com as mulheres brancas nascidas na colônia; esgotados estes mercados matrimoniais, buscavam as mestiças e negras, inclusive as mulheres forras. Logo, na base de nossa miscigenação estaria a pobreza pura e simples, que promovia o encontro entre as cativas que alcançavam a civitas e os homens pobres de origem lusitana. A miséria partejou o nosso famoso “pardo”.

CAFÉ HISTÓRIA: O livro “O Arcaísmo como Projeto”, escrito pelo senhor e pelo professor João Fragoso (UFRJ), tornou-se uma obra de referência na historiografia brasileira. Uma de suas maiores contribuições foi compreender a economia colonial brasileira a partir de sua própria elite, a partir de sua lógica e de suas dinâmicas. Como a relação escravo-senhor se inscreve nesta perspectiva historiográfica?

MANOLO FLORENTINO: “O Arcaísmo como Projeto” ainda hoje me surpreende, especialmente por sua vitalidade teórica. Um dos problemas que na época de seu lançamento eu e Fragoso tentávamos compreender era a imensa capacidade de reprodução da economia colonial, sobretudo em fases B (de retração) do mercado internacional. A escravidão aparecia então como uma das variáveis centrais, na medida em que, por reproduzir-se por meio do tráfico atlântico, permitia acesso a trabalho barato. O cerne da questão radica na separação promovida pela produção social do escravo na África entre o valor do cativo enquanto ser de cultura e seu preço de mercado, baixo pois em geral tratava-se de um prisioneiro de guerra. O baixo preço de mercado do escravo se transmitia em cadeia através do Atlântico e chegava às fazendas e cidades da América portuguesa. Combinado ao ínfimo valor social da terra e dos alimentos, o reduzido custo social do escravo representava uma variável fundamental para o contínuo crescimento da economia colonial, independentemente das fases de retração do mercado internacional.

CAFÉ HISTÓRIA: Como foi a repercussão do lançamento deste livro no âmbito acadêmico, sobretudo por parte dos historiadores que tiveram suas teses contrariadas?

MANOLO FLORENTINO: Visávamos contrapor um modelo consistente à teoria da dependência, dominante na historiografia brasileira desde os escritos de Caio Prado Júnior. A julgar pela recepção do público, não nos saímos muito mal, e “O Arcaísmo como Projeto” é até hoje estudado em nossas graduações e pós-graduações em história. Sei que gerou algumas reações raivosas no plano estritamente paroquial, mas em geral foi muito bem recebido entre os especialistas em história econômica.

CAFÉ HISTÓRIA: “O Arcaísmo como Projeto” é um trabalho de fôlego produzido em dupla. O trabalho de equipe, entretanto, não tem sido visto com tanta frequência entre nós historiadores. Vemos muitos livros organizados por dois ou mais pesquisadores, mas não são exatamente a mesma coisa. Na sua opinião, escrever com outras pessoas é mais difícil? Como se deu essa dinâmica com o professor João Fragoso?

MANOLO FLORENTINO: Duas cabeças pensam melhor que uma, desde que haja sintonia. De minha parte, sempre gostei de trabalhar em equipe, pois as discussões são bem mais ricas. Reconheço entretanto não ser esta uma tradição intelectual brasileira, embora seja algo bem comum em países como os Estados Unidos e a Inglaterra, por exemplo.

CAFÉ HISTÓRIA: O senhor tem observado alguma tendência em trabalhos no campo da escravidão em trabalhos de pós-graduação? Talvez novos objetos ou abordagens?

MANOLO FLORENTINO: Se considerarmos, como já disse, que o caminho mais rico para se compreender a escravidão brasileira é encará-la como uma ordem cultural caracterizada por um enorme grau de estabilidade, é óbvio que a principal tarefa dos especialistas é romper com a polarização entre o cativeiro e a liberdade. Entre ambos os polos havia uma imensa gama de situações e combinações sociais possíveis. Por exemplo, estudando o caso do Paraná, a professora Cacilda Machado demonstrou que membros de uma linhagem de escravos podiam abandonar o cativeiro e duas ou três gerações depois seus descendentes regressavam à escravidão pela via do casamento com escravas. Eis uma perspectiva dinâmica de pesquisa, cujos resultados mostram claramente que a pobreza unia e direcionava inúmeros destinos pessoais. Outra linha de trabalho interessante tem sido desenvolvida por João José Reis, na Bahia, que busca acompanhar trajetórias de indivíduos alguma vez submetidos ao cativeiro. Seu livro sobre o liberto Domingos Sodré é um exemplo dos mais ricos de como a mobilidade social ascendente ocorria – o africano Domingos Sodré chegou ao Brasil escravo, conseguiu a alforria e morreu proprietário e cristão.

CAFÉ HISTÓRIA: Professor, Nos últimos anos, temos acompanhado um enorme debate público envolvendo as chamadas “ações afirmativas” no Brasil. Como o senhor enxerga esse tipo de política? Trata-se de um modelo importado? Alguns historiadores alertam que esse discurso gera um tipo de instrumentalização da história, sobretudo do tema da escravidão. O senhor concorda com essa crítica?

MANOLO FLORENTINO: Sem dúvida trata-se de um modelo de política pública importado mecanicamente, aspecto flagrante quando se compara a história das relações raciais nos Estados Unidos e no Brasil, onde os níveis de mobilidade social ascendente eram infinitamente maiores. Um exemplo de instrumentalização da história brasileira por parte dos adeptos das chamadas “ações afirmativas” é a própria noção de terras remanescentes de quilombos, cuja identificação está longe de ser fácil. Outro é o fato de que parcela expressiva de nossos pardos tem sido alocada ao grupo dos “negros”, quando na verdade derivam da mestiçagem entre brancos e indígenas – um tremendo etnocídio historiográfico, por certo.

CAFÉ HISTÓRIA: Em entrevista recente, o professor José Murilo de Carvalho (UFRJ) sublinhou que os principais trabalhos historiográficos sobre o Brasil continuam sendo feito a partir de um ponto de vista típico do “Eixo Rio-São Paulo”. E isso pode ser um problema. Podemos dizer que isso também ocorre nos trabalhos sobre escravidão? Se sim, por que isso acontece?

MANOLO FLORENTINO: Pode ser que isto ocorra em outros campos da historiografia, mas no que se refere à escravidão creio que a hegemonia do eixo Rio-São Paulo deva ser relativizada. Com a crescente disseminação dos cursos de pós-graduação, temos visto aparecerem excelentes trabalhos no sul do país, com destaque para o Rio Grande do Sul; no sudeste, os estudiosos da escravidão mineira e do Espírito Santo têm produzido teses e dissertações bem originais; o nordeste, em especial Bahia e Pernambuco, sempre foi um celeiro de boas pesquisas sobre cativeiro. A novidade dos anos recentes tem sido o Norte e o Centro Oeste, onde também aparecem trabalhos originais. Mas eu gostaria de ressaltar uma importante distinção teórica, estabelecida desde fins da década de 1960 pelo historiador Moses Finley, que ainda pode ser útil para quem estuda escravidão fora do eixo Rio-São Paulo e nordeste. De acordo a Finley, uma sociedade escravista é aquela em que a reprodução sociológica do lugar social da elite se dá mediante a renda acumulada com o trabalho escravo. Nos casos em que há escravos na população, mas a reprodução do lugar social da elite se dá por outros meios, teríamos apenas uma sociedade possuidora de escravos. Ou seja: escravista é toda sociedade em que a utilização do trabalho escravo serve para estabelecer s diferenciação entre os homens livres. Trata-se de uma perspectiva interessante, pois a natureza escravocrata de uma sociedade deixa de ser resultado da quantidade de cativos existentes ou, mesmo, da importância do setor da economia que eles ocupam, e passa a derivar de um movimento sociológico. Desconfio que entre os séculos XVI e XIX vastas áreas da América portuguesa configuravam regionalmente apenas sociedades possuidoras de escravos.

CAFÉ HISTÓRIA: Professor, muito obrigado por conversar com o Café História. Para finalizar nosso papo, uma curiosidade: o senhor está se dedicando a quais trabalhos atualmente?

MANOLO FLORENTINO: Tenho batalhado para traçar algumas características da comunidade de islamitas negros que se formou no Rio de Janeiro depois do levante Malê de 1835 na Bahia. É uma reconstituição difícil porque eles tendiam a manter certo sigilo sobre a sua identidade religiosa e, em 1904, de acordo a João do Rio, praticamente haviam desaparecido. Tomara que eu tenha sorte.

Fonte: Café História – Acessado em 26/09/2012 às 09:00h

Discurso da presidente Dilma na abertura da 67ª Assembleia Geral da ONU



Apesar da ênfase na economia, foram os trechos a respeito de política internacional no discurso da presidente Dilma Rousseff que mais despertaram a reação das delegações que lotaram o plenário da ONU nesta terça-feira. Três vezes ao longo de sua intervenção ao abrir a 67ª Assembleia Geral das Nações Unidas a presidente despertou aplausos que, ao serem repetidamente ignorados, se tornaram mais discretos. Todos foram durante trechos que tratavam da questão do Oriente Médio: quando condenou a violência na Síria, mas disse que "não há solução militar" para o conflito; quando repudiou o que chamou de "preconceito islamofóbico nos países ocidentais"; e quando defendeu a criação do Estado palestino como a única maneira de "atender aos anseios de Israel de paz com seus vizinhos".
Dilma disse que parte da "dificuldade" da comunidade internacional de lidar com os conflitos regionais se dá pela falta de representatividade do Conselho de Segurança da ONU, onde apenas cinco membros – EUA, Rússia, Grã-Bretanha, França e China – fazem parte do conselho permanente e gozam do poder de vetar as decisões.

O Brasil foi um dos membros fundadores da ONU, estabelecida em 1945, e nela tem assumido desde sempre um papel ativo. Há anos tenta fazer parte do órgão mais influente da ONU como membro permanente, algo que dependeria em uma reforma da instituição.

"Não podemos permitir que este Conselho seja substituído, como vem ocorrendo, por alianças que se formam à sua revelia, fora do seu controle e à margem da lei internacional", disse a presidente.

O papel proativo na criação da ONU é o que explica a tradição de que o Brasil faça o discurso de abertura dos debates dos chefes de Estado da Assembleia Geral do órgão.

A prática remonta a 1947, quando o primeiro encontro do órgão foi presidido pelo diplomata Oswaldo Aranha, que chefiou a missão brasileira na ONU durante o governo de Getúlio Vargas.

No seu discurso, Dilma lembrou ainda que o Brasil está comprometido com um "novo paradigma" de desenvolvimento sustentável contido no documento negociado na Rio+20, em junho: "crescer, incluir, proteger e preservar, ou seja, a síntese do desenvolvimento sustentável", definiu.

Além disso, ela pediu o fim do embargo americano a Cuba, que todos os anos é condenado pelos países da ONU mas vigora há cinco décadas pelas autoridades em Washington.

"Cuba tem avançado na atualização do seu modelo econômico e, para seguir nesse caminho, precisa do apoio de parceiros", afirmou Dilma, opinando que a "cooperação", entretanto, é impossibilitada pelo embargo. "É mais do que chegada a hora de pôr fim a esse anacronismo, condenado pela imensa maioria dos países das Nações Unidas."
 
FONTE: Site da BBC Brasil – acessado em 26/09/2012 às 08:16h

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Feira das profissões movimenta Escola Profissional em Icó


Na última sexta feira dia 21 de setembro, a Escola Estadual de Educação Profissional Deputado José Walfrido Monteiro da cidade de Icó, realizou sua primeira feira das profissões, o objetivo era divulgar para os alunos dos nonos anos do Ensino Fundamental e comunidade local o que é a educação profissional na escola de horário integral, na oportunudade foram apresentados diversos tipos de  exposições procurando mostrar a tematica dos cursos técnicos em Agrimensura, Agronegócio, Aquicultura e Mecânica.

O evento teve início às 08:00h com a recepção dos visitantes e credenciamento pelo Grêmio Estudantil, em seguida eram direcionados para o auditório onde participaram de palestras motivacionais e de apresentação dos cursos profissionalizantes pelos professores da base técnica.

O segundo momento da feira foi marcado de muita inovação e criatividade, foram realizadas visitas aos ambientes de exposição, com maquetes, comidas típicas, mesa ecológica, sala situacional, experiencias nos laboratórios de matemática, química e física, teste vocacional realizado no laboratório de informática, arena cultural na biblioteca, orientações profissionais e outros esclarecimentos pelo SEBRAI e CENTEC que se posicionaram na entrada da escola.

Compareceram a esse evento as  Escolas Presidente Castelo Branco, Manoel Antônio Nunes, Lourdes Costas, Colégio Senhor do Bonfim, Mundo Mágico, e Criança Feliz, devidamente acompanhados de seus professores, diretores e condenadores, da CREDE 17 prestigiaram nosso evento a coordenadora professora Emanuelle Grece kelly e equipe.

A feira das profissões ocorreu até as 17:00h onde os alunos comemoram o sucesso da mesma, vale ressaltar o empenho e dedicação dos alunos que de forma autentica prepararam e realizaram esse evento, apoiados diretamente pelos professores da base técnica e diretores de turma e indiretamente por toda escola, o evento foi considerado um marco importante na divulgação dos trabalhos e temática da Escola Profissional de Icó.

Confira abaixo algumas fotos desse evento.
Um abraço a todos.

Exposições - Curso Técnico em Agronegócio






















 Exposição - Curso Técnico em Agrimensura


 Exposições - Curso Técnico em Aquicultura






 Exposições - Curso Técnico em Mecânica



 Exposição - Mesa Ecológica



 Teste Vocacional - Laboratório de Informática


Experiencias Cientificas  - Laboratórios de Matemática, Física, Quimica e Biologia.








 Arena Cultura - Biblioteca


Comemorando o sucesso da 1ª feira das profissões.



Icó-CE, 25 de Setembro de 2012

Luziano Batista Pereira
Professor Diretor de Turma.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Escola profissionalizante de Icó se prepara para a 1ª feira das profissões


A Escola Estadual de Educação Profissional Deputado José Walfrido Monteiro, se prepara para a realização da 1ª Feira das profissões que acontecerá nessa unidade de ensino sexta feira, dia 21 de setembro, na oportunidade a escola convidou os alunos que estudam nos nonos anos do Ensino Fundamental das escolas públicas e privadas da cidade de Icó, as mesmas já confirmaram que participaram desse evento em uma reunião na semana passada no gabinete do diretor escolar Domingos Diógenes. Esse é um momento de divulgação dos cursos profissionalizantes, da estrutura de ensino e física da escola e a modalidade de ensino da educação integral, o evento acontecerá no expediente da manhã e da tarde, objetivando atender a todos os alunos que deseje visitar as exposições. Vale ressaltar que esse evento será coordenado pela área das Cências da Natureza e Matemática. 

Confira abaixo a programação desse evento, mobilize seus alunos e venha conhecer nossa escola e nossos cursos.


PROGRAMAÇÃO

DATA: 21 DE SETEMBRO DE 2012
HORÁRIO: MANHÃ (7H30MIN – 11H)
TARDE (13H30MIN – 16H30MIN)

LOCAL: SEDE DA ESCOLA

PÚBLICO ALVO: Alunos de 9º ano (escolas públicas e privadas)

PROGRAMAÇÃO MANHÃ:

7h30min: Recepção e Credenciamento
8h: Abertura.

8h10min: Palestra de Motivação e Apresentação dos Cursos
9h-9h30min: Intervalo para lanche.

9h30min às 11h: Exposições e Apresentações.
  • Experimentos nos Laboratórios (Química, Biologia, Física e Matemática).
  • Stands por curso: Agrimensura, Agronegócio, Aquicultura e Mecânica.
  • Estação Ecológica .
  • Arena Cultural.
  • Testes Vocacionais.
  • Sala de Situação – exibição de vídeos.
  • Stand do SEBRAE – escritório de negócios.

PROGRAMAÇÃO TARDE:

13h30min: Recepção e Credenciamento
14h: Abertura.

14h10min: Palestra de Motivação e Apresentação dos Cursos
15H: Intervalo para lanche.

15h30min às 16h30min: Exposições e Apresentações.

  • Experimentos nos Laboratórios (Química, Biologia, Física e Matemática).
  • Stands por curso: Agrimensura, Agronegócio, Aquicultura e Mecânica.
  • Estação Ecológica .
  • Arena Cultural.
  • Testes Vocacionais.
  • Sala de Situação – exibição de vídeos.
  • Stand do SEBRAE – escritório de negócios.

 Att: Luziano Batista Pereira
Professor Diretor de Turma.

Escola Profissionalizante de Icó participa do desfile cívico de 7 de setembro

A Escola Estadual de Educação Profissional Deputado José Walfrido Monteiro, participou no ultimo dia 7 do desfile cívico promovido pela prefeitura municipal do Icó em parceria com as escolas municipais, estaduais e particulares, na oportunidade a referida E.P assumiu o pelotão da frente logo após a banda de música municipal, os alunos do curso técnico em Agronegócio apresentaram maquetes com amostras da produção agrícola e agropecuária, juntamente com gráficos demonstrando a cultura temporária e cultura permanente do setor agrícola icoense. 

Na frente do pelotão do curso de agronegócio estava a aluna e líder da turma Alany Kívia Silva Machado com o slogam do referido curso, os alunos Ismael Monteiro e Emanuela Faustino estavam caracterizados de executivos e administradores, demostrando uma outra vertente do curso de técnico em agronegócio.

Como diretor de turmas e professor de Formação para Cidadania e Sociologia, quero parabenizar a toda escola pelo brilhante desfile e principalmente a turma de agronegócio pela produção dos gráficos, maquetes e postura durante o desfile.

Concluo convicto de que estamos no caminho certo, educação de qualidade e com excelência, é algo que estamos almejando constantemente alcançar. Um abraço a todos, vamos todos apoiar a campanha pela excelência no ensino público brasileiro, essa é uma forma de contribuir para o desenvolvimento dessa nação. 

Veja abaixo algumas fotos desse evento:













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Att: Luziano B. Pereira
Professor & Diretor de Turma

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